sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Fragmentada

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Não sei o que acontece, se é só comigo ou se tudo é parte um plano generalizado pra me enlouquecer. Ou me entristecer fatalmente. Só sei que tudo vai de mal a pior e não consigo mais ver saída ou ter esperança de coisa alguma. É o momento em que tudo que eu acreditava deixa de existir e tudo o que eu pensava que podia contar, como alicerces sólidos de uma construção, resolveram desmoronar. Ao meu redor sobraram somente escombros. E uma barata, que ainda por cima caiu em cima de mim hoje depois do almoço. Para completar meu momento de epifania, só faltou tê-la mastigado lentamente, tal qual G. H de Lispector, procurando reverter o quadro...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Confiar - Filme

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    Assisti hoje ao filme Trust. Confesso que no começo não botei muita fé, me pareceu ser mais um filme adolescente. Mas me surpreendi, principalmente pelo modo como a temática foi abordada.    No filme, a jovem Annie, de apenas 14 anos sofre um estupro após ter conhecido um cara da internet. A princípio o filme poderia ser apenas uma liçãozinha de moral, de como devemos ter cuidado com qualquer relacionamento que comece na rede. No entanto, o filme se revelou ter um roteiro brilhante, mostrando como o caso ocorrido com a filha do meio do casal interpretado por Clive Owen (que pesou muito na minha decisão de assistir...

sábado, 5 de novembro de 2011

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"Queria mais que tudo estar contigo,De novo, desde o iníci...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Aquele fim de tarde

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Naquele final de tarde úmido à beira-mar, próximo à casa de tábuas coloridas em que morava, tão próxima da areia que não se conseguia distinguir o que era areia e o que era chão, ela olhava o céu se encher de nuvens e levar consigo o sol escaldante do verão. O vento trouxe o barulho das risadas das crianças que se aventuravam a ir adiante no mar, até onde a água batia nos joelhos, e voltavam correndo, rindo e gritando, meio divertidos, meio assustados, quando um onda quebrava lentamente quase próxima ao chão. Olhou as crianças como quem olha uma paisagem, sem sentimento algum, somente o doce contemplar do final de tarde de verão, como se elas...

domingo, 25 de setembro de 2011

Os cinco melhores escritores do mundo (para mim)!

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Resolvi escrever sobre um tema que gosto muito, literatura. Dessa forma, enumerei abaixo os meus 5 escritores preferidos, que para mim são os maiores de todos os tempos. Que fique claro que é somente uma opinião pessoal, os que divergirem, podem deixar seus comentários e suas opiniões! 1. Gabriel García Márquez O escritor colombiano foi influenciado por escritos de Franz Kafka, precisamente por “A Metamorfose”. Foi a partir daquele livro que decidiu que escreveria. Pensou consigo mesmo que se Kafka pôde colocar tantos absurdos e irrealidades no papel, ele também poderia escrever sobre o que tinha guardado dentro de si. Foi então que se tornou...

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Perda

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De tanto querer, o sonho deixou de sonhar e os olhos cansaram de tal maneira que não viam mais o que lhes passava nas vistas. Tudo era cinza e vazio. O querer já não tinha nome. O fim chegou sem grandes tempestades, chegou no silêncio da palavra não dita, no vazio de um olhar, na falta da presença constante. As grandes esperanças se esvaíram de um suspiro cansado de tanto suspirar. Mas no silêncio do que não foi dito, pairou no ar o barulho incessante dos corações, que pulsavam acelerados. A pergunta que ela queria fazer, calou-se. Os segredos que ele queria contar, não podia, pois ela havia se tornado todos el...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

As Borboletas de Margarida

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Nunca ninguém soube explicar, nem que vagamente, qual era a origem e o por que de aquelas borboletas sempre rondarem a existência de Margarida. Desde que veio ao mundo junto com uma tempestade de dezembro, as borboletas laranjas vieram junto. Primeiro, perceberam a presença delas na enfermaria, na qual deixaram a pequena Margarida à espera de ser levada para casa. Quando deram por conta daquelas borboletas surgidas de forma desconhecida dentro de uma enfermaria, no meio da madrugada, todos deram de ombro e pensaram que deviam estar ali desde antes da tempestade que desaguou naquele fim de tarde e que lá permaneceram até então, só que ninguém...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Como eram os domingos...

15

Quando os sinos tocavam e a canção de ave-maria rasgava o silêncio das monótonas tardes de domingo, já ao cair da noite, abatia-se sobre a menina a nostalgia de tempos inexistentes. O céu parecia mais baixo e o vento não ventava. O único som daqueles finais de tarde era o da melancólica melodia emanada pela igreja mais próxima e dos pássaros se refugiando em seus ninhos ao cair da noite. Em sua mente e em seus sonhos, a menina sabia que teria como lembrança mais vívida e nostálgica daqueles dias o som da ave-maria nos desde sempre depressivos domingos. Passados os anos, agora nos outrora tempos inexistentes de antes, quando relembra dos antigos...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

11

“Entre os ventos do sul como do norte                                                                                 lá vou eu, lá vais tu, lá vamos nós.   Dor não existe que não se suporte                                                                                         ...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Juliette

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Estava se cansando daquele vai e vem o tempo todo. Era um entra e sai constante. O corpo de Juliette não tinha folga, era usado da hora em que acordava até a hora em que ia dormir. As vezes, até mesmo na hora em que já dormia. Sua mente, entretanto, ao contrário do corpo, vadiava o dia todo, a noite toda, em busca de horizontes ensolarados e noites estreladas. Pensava num mundo distante, pensava em ser a heroína, em acabar com a fome, em fazer cessar as guerras do mundo, em ser famosa, admirada, aplaudida e reconhecida pelo talento que tinha. Sim, pois Juliette tinha muitos talentos, eles apenas ainda não haviam sido descobertos (nem...

domingo, 22 de maio de 2011

De quem é o direito?

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Boa noite pessoas! Acabo de tomar banho e resolvo entrar na internet para fuçar orkut e facebook, só pra constar, pois é a única coisa que tenho feito na rede nos últimos tempos, e me deparo com uma frase do namorado de uma amiga minha que me surpreendeu e, confesso, me deu muita raiva. A seguir a frase, transcrita do face dele: " Não sou nem quero ser homófobo, apenas quero exercer o direito de passear com meu filho sem ver dois "homens" se beijando. Respeitemos o normal fisiológico." Profundo não é mesmo? Pois bem, essa frase levantou em mim algumas dúvidas, não só pelo fato de ser contra esse tipo de opinião, mas porque fiquei besta de...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pro meu amor...

4

Te sinto como sentem as folhas secas quando crepitam ao calor das chamas, queimando por fora e morrendo por dentro, embalada pelo calor fugidio das brasas que terminam por se esvair nos frios ventos que rajam. Te sinto como sentem os navios à deriva as águas gélidas e profundas que batem em seus cascos, envelhecidos pelo frio e pelo sal: arrepiante, constante e sem fim. Te sinto como sentem os girassóis o sol quente que os colore, que lhes dá vida e luz própria e os faz girar de felicidade. Te sinto como sente a vitória a rosa que nasceu do asfalto, o amor que renasceu das cinzas e as lágrimas que secaram nos lábios de quem ama. Te sinto...

sábado, 30 de abril de 2011

As maiores assassinas da história

16

O tema é meio obscuro, mas comecei a pesquisar sobre assassinos, serial killer e derivados quando me deparei com uma lista de mulheres que cometeram vários homicídios e resolvi saber um pouco mais sobre cada uma delas. O resultado está aí abaixo, pra quem quiser conferir esse bando de loucas! 1 - ELIZABETH BATHORY Viveu em meados de 1600, sendo condessa na Hungria, seu país de origem. Essa condessa, completamente louca, se interessava por rituais de magia negra e acreditava que conseguiria se manter jovem para sempre caso se banhasse no sangue de jovens garotinhas. Portanto, ordenava a captura dessa meninas, as tortuava, matava e utilizava...

segunda-feira, 14 de março de 2011

A penitência de Rosana

10

Nossa, como aquilo deixavam loucos os nervos que ainda não haviam se desfeito em frangalhos. Era um tique taquear constante, ritmado, ensurdecedor. Rosana não aguentava mais aqueles minutos trancada naquela cela. Um dia se passara, mas a eternidade parecia ter sido comprimida naquele único dia que passara lá. O tempo transcorria feito a decomposição de uma garrafa pet em meio ao lixo. Era difícil fazer passar o tempo... Como se arrependia de tudo o que fizera... Nada na vida paga a liberdade, pena que tenha descoberto isso tarde demais e pago um preço muito alto por tão simples descoberta. Teria preferido se privar das delícias dos erros e...

sexta-feira, 11 de março de 2011

A visita inesperada

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Miranda fez o que costumava fazer todos os dias depois do jantar: colocou os óculos de leitura, ligou a televisão no volume mais baixo, mas ainda assim audível e começou a repassar a agenda toda do dia seguinte. Como sempre, se cansava com antecedência só de prever a correria que seria. Teria que ligar para a faxineira assim que acordasse, pois a casa estava uma algazarra, levaria a roupa na lavanderia, pois sua máquina de lavar estava quebrada há mais de um mês e ainda não tinha tido tempo de levar para consertá-la e depois, só depois, iria começar o dia na editora. Miranda adorava o trabalho assim que começou como chefe de seu departamento,...

quinta-feira, 10 de março de 2011

A escolha de Helena

16

As coisas continuavam caminhando da forma como sempre caminharam, de modo que nada e nem ninguém, até o presente momento, havia atrapalhado os planos de Helena. Mas, como nada é eterno e se perpetua para sempre, eia que surge algo que atrapalha o andamento em curso dos planos da jovem Helena, obrigando-a a tomar uma decisão. Isso nunca havia acontecido antes, as coisas sempre tomaram o rumo esperado em sua vida, e agora, quando era forçada a escolher, não sabia que caminho tomar. Tentava puxar pela memória se havia feito alguma escolha relevante em sua vida, quando era mais nova, mas não conseguia se lembrar de nenhuma que não fosse a escolha...

quarta-feira, 9 de março de 2011

Aniversário

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Como passam rápido os anos da juventude. Sem que percebamos, os aniversários levam consigo parte de nossas vidas, deixando-nos somente com recordações e lembranças de um tempo que, fatalmente, não volta mais. Nunca gostei de fazer aniversário, me deixa nostálgica além do normal. Mesmo não gostando de aniversários (os meus ao menos), não consigo deixar de refletir nessas datas sobre a passagem do tempo e as coisas que ele trás e carrega consigo. Os aniversários nada mais são do que ocasiões pontuais que nos servem como referência de nossas próprias vidas daqui um tempo considerável. Olhando aniversários passados, temos uma vaga lembrança de...

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Futuro

15

A cada dia que passa, o homem se aproxima mais e mais do virtual, do robótico e vai se afastando vertiginosamente do humano, do real. Daqui a poucos anos os homens terão que inventar coisas novas para fazer para ocuparem os tantos anos de vida a mais que terão. A expectativa de vida em breve ultrapassará os 100 anos, ao menos é o que dizem os especialistas. É um feito histórico e único na humanidade, ainda mais se lembrarmos que a expectativa de vida na época em que viveu Jesus era de 25 anos. O homem conseguiu transpor barreiras e tornar o inimaginável, real. Estamos nos tornando cada vez mais mecânicos, virtuais, irreais. Tudo que ainda...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Elisabeth

18

Ela não aguentava mais aquilo tudo. Sempre a mesma coisa, parece que o ciclo da vida se resumia a isso. A vida não era mais que isso, nunca seria. Pelo menos para ela. Quando foi que perdera o controle? Tentou forçar a mente a chegar a uma data conclusa mas foi em vão. Não sabia exatamente em que ponto se perdera, em que ponto perdera o controle sobre si mesma, mas sabia que havia sido em um daqueles meses do verão de 1978. Fora lá, em meio a brincadeiras e paixonites de adolescente que perdera o controle dos anos que lhe restavam. Muitos ainda.Fora na casa de campo da família que conheceu Marco. Ambos eram jovens e tinham em si o espírito dessas...

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