terça-feira, 5 de julho de 2016

A Amiga Genial - Elena Ferrante

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Boa noite, pessoal!
Hoje vou falar de um livro que li esse ano e que fiquei completamente encantada. Se trata do primeiro livro da série napolitana, escrito pela autora Elena Ferrante. A crítica estava muito boa, e talvez por isso fui com muita empolgação ler esse livro.


Sinopse da editora: 'A amiga genial' é narrado pela personagem Elena Greco e cobre da infância aos 16 anos. As meninas se conhecem em uma vizinhança pobre de Nápoles, na década de 1950. Elena, a menina mais inteligente da turma, tem sua vida transformada quando a família do sapateiro Cerullo chega ao bairro e Raffaella, uma criança magra, mal comportada e selvagem, se torna o centro das atenções. Essa menina, tão diferente de Elena, exerce uma atração irresistível sobre ela. As duas se unem, competem, brigam, fazem planos. Em um bairro marcado pela violência, pelos gritos e agressões dos adultos e pelo o medo constante, as meninas sonham com um futuro melhor. Ir embora, conhecer o mundo, escrever livros. Os estudos parecem a melhor opção para que as duas não terminem como suas mães entristecidas pela pobreza, cansadas, cheias de filhos. No entanto, quando as duas terminam a quinta série, a família Greco decide apoiar os estudos de Elena, enquanto os Cerrulo não investem na educação de Raffaella. As duas seguem caminhos diferentes. Elena se dedica à escola e Raffaella se une ao irmão Rino para convencer seu pai a modernizar sua loja. Com a chegada da adolescência, as duas começam a chamar a atenção dos rapazes da vizinhança. Outras preocupações tornam-se parte da rotina; ser reconhecida pela beleza, conseguir um namorado, manter-se virgem até encontrar um bom candidato a marido.

O que dizer desse belo livro? É maravilhoso, nos faz entrar de cabeça na história, não conseguia largá-lo enquanto estava lendo, certamente é desses que permanecem na memória mesmo depois de anos, superou minhas expectativas. O livro é narrado por Elena Greco, um alter ego da própria escritora, que narra de maneira ágil e hipnótica a infância em uma vila pobre na Itália, ao lado de sua grande amiga Raffaela, ou simplesmente Lila. A vida trata de dar rumos diferentes a vida de ambas, e acompanhamos suas histórias até a adolescência. Elena dá mais valor aos estudos, já Lila não consegue terminá-los. Mais prática e inventiva, vive sempre buscando uma forma de superar a linha da pobreza e se tornar rica, saindo da miséria em que vive. Aí vai um spoiler da impressão que me ficou da leitura: Mesmo tendo uma situação financeira melhor, tendo pais que, mesmo que preferissem que ela trabalhasse, acabam concordando que estude, Elena tem uma vida melhor e mais constante que Lila. No entanto, Elena consegue ficar com inveja e ao mesmo tempo, amar incondicionalmente essa amiga, que passa por situações de muita necessidade mas não perde a esperança e o jeito único de ser.

A infância e adolescência de ambas se passa a partir dos anos 1950, o que nos remete também à situação geo-política da época, a convivência com a herança da Segunda Guerra Mundial, os capitalistas e socialistas lutando por seus ideais, tudo isso num microcosmo impactante, a Nápoles daquela época, que se revela um lugar bruto e cruel, em que até mesmo as crianças olham para si com um olhar arguto e um enfrentamento da vida precoce e avassalador, moldando desde cedo o caráter e os caminhos de todos os que ali conviveram.

Elena Ferrante é, na verdade, o pseudônimo dessa autora italiana, que vem conquistando todo o mundo com sua prosa bela e contemporânea. Nunca mostrou seu rosto ao mundo, nem mesmo aceita entrevistas pessoalmente, só as responde por e-mail. O livro A Amiga Genial trata somente da infância e adolescência de Elena e Lila. Já foi lançado no Brasil, no primeiro semestre desse ano, a continuação, com o nome de A História do Novo Sobrenome. Assim que ler, já posto a resenha, mas fica a dica para você que ainda não leu, um livro digno de estar entre os mais aclamados dos últimos tempos, literatura de primeira! Recomendo!


segunda-feira, 4 de julho de 2016

Caixa de Pássaros - Josh Mallerman

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Boa noite, pessoas!
O livro que trouxe aqui hoje é Caixa de Pássaros, que li já tem um tempinho. Ganhei ele do meu amor de aniversário, junto com outros mais. Confesso que estava meio no escuro em relação à história, pois a sinopse não revelava nada e as resenhas que acessei também não. 


Sinopse da editora: Romance de estreia de Josh Malerman, Caixa de Pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler. 
Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão. 

Li o livro em pouco tempo, acho que uns três dias. A narrativa te prende, cada capítulo tem aquele gancho, que te deixa com vontade de saber qual será o próximo acontecimento, fazendo com que leia um capítulo atrás do outro, sem pausas.
A protagonista, Malorie, é apresentada logo de início, com seus dois filhos pequenos, em um cenário pós-apocalíptico, em que vivem sozinhos, tentando sobreviver. Os capítulos se intercalam, mostrando Malorie e os filhos no mundo atual, aterrorizante e solitário, seguido por capítulos que mostram sua vida antes dos acontecimentos avassaladores da trama, mostrando aos poucos como se deu aquela situação atual. Por conta dessa maneira de narrar a história, muitos mistérios são revelados nos últimos capítulos, mas não torna o livro cansativo, o que poderia acontecer por falta de esclarecimentos ao longo da história, muito pelo contrário, nos entretém de uma forma única.
Num mundo em que enxergar algo pode ser sua sentença de morte, todos procuram vendar-se para não ver o que está à espreita, aguardando apenas uma olhadela para destruir a vida de quem o vê. Narrativa ágil, fácil e com peso, o primeiro livro de Josh Mallerman conquistou seu espaço no gênero thriller e de suspense, pois Caixa de Pássaros, com sua ameaça latente no decorrer do livro por algo que não pode ser visto, nos prende da primeira à última página. 
Boa dica para os que curtem esse gênero, e aos que não curtem ou não são muito adeptos, é uma boa dica para se aventurar, não dá grandes sustos, mas vale a pena pela história.

Espero que tenham gostado da dica de hoje!!
Até mais!

domingo, 3 de julho de 2016

Submissão - Michel Houellebecq

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Boa tarde, gente!

O livro de hoje é Submissão, do francês Houellebecq. Vi esse livro como indicação de dois colunistas da revista Veja, que indicaram o livro como um dos melhores de 2015. Fiquei super interessada na história, conforme via a resenha deles, mas confesso que o livro me decepcionou um pouco.



Sinopse da editora: França, 2022. Depois de um segundo turno acirrado, as eleições presidenciais são vencidas por Mohammed Ben Abbes, o candidato da chamada Fraternidade Muçulmana. Carismático e conciliador, Ben Abbes agrupa uma frente democrática ampla. Mas as mudanças sociais, no início imperceptíveis, aos poucos se tornam dramáticas. François é um acadêmico solitário e desencantado, que espera da vida apenas um pouco de uniformidade. Tomado de surpresa pelo regime islâmico, ele se vê obrigado a lidar com essa nova realidade, cujas consequências - ao contrário do que ele poderia esperar - não serão necessariamente desastrosas.

Ao contrário do que foi aclamado na época de seu lançamento, não achei que o livro nos remete a um futuro distópico, como em Admirável Mundo Novo, de Huxley. Ao contrário dessa última, Submissão não tem a agilidade de acontecimentos e nem as surpresas da clássica obra. Achei uma leitura arrastada, e muita pretensão publicá-lo como o livro "mais polêmico do ano". Submissão tem o intuito de nos fazer pensar num futuro caótico, que termina por não ser tão caótico assim. Nos faz pensar. Mas não é, nem de perto, o que eu esperava do livro, talvez por conta de sua repercussão exagerada. Ansiosa por acontecimentos, o livro me deixou à míngua. Fiquei sedenta deles, os acontecimentos, mas esses custaram a acontecer. E pouco aconteceram, na verdade. O livro todo se passa com o protagonista, um típico chato, insuportável e machista, conversando com pessoas de ser círculo social sobre uma possível ascensão do islamismo ao poder em plena França. O fato ocorre, e mais uma vez, ficamos aguardando os acontecimentos, que não vem. A submissão do povo francês a esse novo modo de vida, na verdade, é feita de forma muito passiva. Não há levantes, nem revoltas. O candidato é eleito democraticamente e as mudanças parecem não afetar o estilo de vida que os personagens levam, exceto aqueles envolvidos com educação, que é o caso do protagonista, professor universitário.
A história nos remete ao clássico "E se...", principalmente aos que estão mais ligados no que ocorre na atualidade geo-política da França. Num mundo onde o islã continua crescendo, tem-se aqui a possibilidade de imaginá-lo como seria sua concretização numa sociedade ilustrada como a França.

Se tivesse visto antes uma crítica negativa a respeito desse livro, ainda assim o teria lido, para poder expressar minha própria opinião. No entanto, não me agradou. 
Se você já leu essa obra, deixe sua impressão nos comentários abaixo!

Por hoje é isso! Bom domingo!

sábado, 2 de julho de 2016

Três livros para se ler em um dia

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Boa tarde, pessoas!
Aqui vão três dicas de livros para se ler em um dia, uma tarde em que você esteja de pernas para o ar e com tempo para mergulhar nessas leituras tão deliciosas!
Obviamente, são livros mais finos, no entanto, a qualidade e o valor literário dessas obras são incontestáveis. Espero que gostem das dicas!

1. PARA VOCÊ NÃO SE PERDER NO BAIRRO


Sinopse da editora:Mais recente romance do ganhador do Prêmio Nobel de Literatura 2014, Patrick Modiano, Para você não se perder no bairro é a saga íntima de um homem em busca da sua identidade. Curto, elegante e hipnótico, como a maioria das obras do autor, o romance conta a história de Jean Daragane, um escritor veterano cuja rotina solitária é alterada após receber a ligação de um desconhecido que alega querer devolver a ele uma caderneta de endereços e telefones. A partir do inusitado encontro num café de Paris, Modiano conduz o leitor por uma investigação detetivesca que desenterra fantasmas do passado, levando a história a um de seus temas preferidos: o período da ocupação da França pelos nazistas durante a Segunda Guerra. Em 2014, a Rocco relançou três clássicos do escritor laureado com o prêmio máximo da literatura em novo projeto gráfico – Ronda da noite, Dora Bruder e Uma rua de Roma.

A leitura é super rápida, no entanto, confesso que demorei dois dias para ler, pois não queria que acabasse, então prolonguei um pouquinho seu lugar na cabeceira. O protagonista, Jean Daragane, nos leva à uma viagem no tempo, ao seu passado e a recordações que até mesmo sua memória já não se recordava mais. O livro prende a atenção, quando, junto com a rotina nostálgica e bucólica de Jean, mistura-se o fato de um completo desconhecido encontrar a caderneta de telefones que o protagonista havia perdido, iniciando assim uma busca por um nome que constava nela e que Jean já não se recordava mais. O ambiente vai ficando cada vez mais tenso e paranoico, e o desenrolar da história nos revela boas surpresas. Leitura imperdível desse Nobel de Literatura, apenas 142 páginas que passam voando!

2. TUA

Sinopse da editora: Inés está convencida de que toda mulher, em algum momento, será traída. Assim, não fica tão surpresa quando encontra um bilhete nas coisas de Ernesto, seu marido — um coração desenhado com batom vermelho, escrito “te amo” e assinado “Tua”. Porém, quando Inés percebe que a traição do marido vai muito além do que ela pensava, trama um plano de vingança do qual não haverá volta. “Tua” é um romance policial vertiginoso, mas também um retrato implacável da vida íntima da classe média. Claudia Piñeiro capta com genialidade as vozes da sociedade contemporânea, entre elas a de uma dona de casa disposta a qualquer coisa para manter as aparências.

Um dia, pesquisando na internet um livro para ler que estivesse em promoção, encontrei Tua, da Claudia Piñeiro. Como essa autora tem muitos pontos comigo, adquiri o livro que estava em promoção na Amazon, se não me engano, paguei cerca de R$13,00. Anteriormente, já havia lido o livro As viúvas das quintas-feiras, também da mesma autora. Me apaixonei, foi uma leitura que me prendeu do início ao fim. Já o li há alguns anos, mas a história, super bem amarrada, nunca me saiu da memória. Resolvi, então, ler esse outro livro dela, que estava com muito boas críticas. Li em uma sentada. É um livro fácil de ler, muito rápido, cheio de diálogos. Logo no começo, pareceu-me uma história bobinha e meio clichê, mas depois de um determinado tempo, as novidades começam a pipocar e a leitura fica empolgante. O final é bem legal, de certa forma surpreende o leitor, que em pouco tempo de leitura, passa por várias reviravoltas na trama. É uma boa dica para uma leitura de um dia só. Não teve, pelo menos para mim, a qualidade do livro anterior que havia lido dela, mas é uma leitura ágil e bacana. Resumindo o contexto, Inés acredita que é traída pelo marido, que está com uma amante que assina Tua. Ela presume que Tua é uma pessoa, mas a história acaba mostrando ser outra. Tem um lado de suspense policial bem legal no livro. Vale a leitura, recomendo.

3. O AMANTE


Sinopse da editora: Ambientado na Indochina da década de 1920, O amante da China do Norte narra a paixão proibida de uma adolescente branca e pobre por um chinês muito rico. Entrelaçam-se na história fortes questões político-sociais, das quais emerge uma postura crítica em relação ao mundo e à própria subjetividade. É evidente na obra o comprometimento de Duras com o cinema e o existencialismo. Em um texto descritivo, mas penetrante, têm lugar destacado a infância e outras dimensões autobiográficas, assim como perspectivas essencialmente humanas, entre as quais o amor e a morte.

Esse é um livro bem curto, a edição que eu tenho, que é essa mais antiga que postei a foto, da editora Nova Fronteira, tem apenas 127 páginas. Embora curto, é um livro que me marcou muito. Li já deve fazer uns dez anos, e cheguei a assistir o filme também, cujo título é o mesmo. A história da paixão entre uma menina pobre e muito jovem e um homem mais velho, e muito rico, é a base da história, que tem como pano de fundo as memórias da autora, Marguerite Duras, que viveu sua adolescência na Indochina. O clima do livro é como uma tarde à beira da praia, um brisa suave, bucólico e nostálgico. A autora retrata a própria história como se fosse de outra pessoa, embora tenha sido vivida por ela mesma. Um relato arrebatador e autobiográfico de uma pequena parte da juventude dessa incrível escritora.


Bom pessoal, espero que aproveitem as dicas e leiam!! Livros que amo e que, com certeza, valem passar uma tarde no sofá, só para conhecer essas histórias!