domingo, 19 de agosto de 2012

Aqueles dias azuis

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A sensação de desamparo é enorme. Não importa onde se apóie, não se encontra apoio. A vida, que por vezes tratamos como bela, na verdade é algo difícil de se seguir conforme o tempo passa. Todos passamos por uma parte da vida em que ela é bela, sem preocupações, onde as coisas parecem estar exatamente onde elas devem estar. No entanto, conforme os dias, os meses, os anos passam, vemos que a felicidade é momentânea, e a não ser que tenhamos muita sorte, a vida vai tratar de ser triste na maior parte do tempo, difícil de se seguir em frente. Queria voltar pra antes, muito antes do dia de hoje, queria voltar anos e anos, pra ter de novo a sensação daqueles dias azuis, sem preocupações, tristezas ou pessimismo...aqueles dias em que a tranquilidade e a felicidade da vida parecem ser eternos, aqueles dias em que o tempo de criança parece que vai durar para a eternidade. Infelizmente, passa rápido, acaba, e assim se vão os dias, sem sentido e sem hora para acabar.

domingo, 12 de agosto de 2012

1º dia dos pais sem ela

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Hoje é o primeiro dia dos pais que passamos sem a minha amada mãe...Dói tanto, mas tanto não ter ela aqui...É um vazio enorme que fica, sem a presença iluminada, a força vital e a alegria de viver que só ela tinha.

Não está sendo fácil achar o rumo, continuar aqui sem você minha mãe, você que sempre foi minha melhor amiga, minha mãe tão adorada...até como filha te tomava, cuidava de você, não queria nunca que sofresse, nem que tivesse ido tão prematuramente, sem aproveitar tantas coisas que ainda queria.

Ai mãe...te amo pra sempre e mais que tudo nesse mundo...você sempre foi e continuará sendo a luz da minha vida. Ilumine sempre os nossos caminhos e nos transmita a sua paz, para que possamos continuar essa caminhada difícil, e agora sem graça, sem você aqui presente. Te amo.

sábado, 11 de agosto de 2012

Caminhos

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De tanto pensar nos caminhos que a vida nos oferece, e de pensar onde eles poderiam ter nos levado se tivéssemos tomado outra direção, ter seguido pela direita em vez de entrar pela esquerda, acabamos loucos. O que faz da vida suportável, por vezes, é não pensar no que teria acontecido se, e se, sempre se...Aceitar o que acontece faz parte de nossa jornada, e para que continuemos a viver normalmente, não adianta nos revoltarmos com coisas que são inerentes ao ser humano. A saudade, a solidão, a tristeza, a felicidade, as alegrias, as conquistas...todas elas são passageiras, bem como nossa breve vida...que se formos pensar de forma mais ampla, não é absolutamente nada perante a grandiosidade do universo e todo o desconhecido a sua volta. É estranho pensarmos que estamos aqui de passagem, que tudo não passa de uma fase...mais estranho ainda é pensar que somos como bonecos em fase de teste, para ver se estamos prontos para seguir nosso caminho... A caminhada eterna rumo ao que não temos conhecimento nos deixa com medo de ir até o final do caminho...mas se tivermos coragem de ir até o fim, com certeza veremos que a vida é só parte do infinito.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

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Agora acessei o orkut, como saída do blog, um orkut já totalmente abandonado, do qual excluí a todos, pois não queria mais orkut, ficando como única integrante minha namorada, hehe. Bom, de saída, sem querer, baixei os olhos e vi a sorte do dia: ''Lar é onde está o coração''. Lembrei-me de um trecho de um livro de memórias do Tony Judt, no qual ele falava essa frase e dizia logo em seguida que seu coração havia ficado há muitos anos numa viagem que fizera a França, quando ainda era criança, numa cidade pequena e cercada de montanhas enevadas. Seu coração estava lá, desde tempos remotos, e sempre que se lembrava de algo que o aconchegasse, lembrava do chalé que havia ficado com a família nessas férias passageiras.

Para mim, com certeza lar é onde está o coração...quando me lembro de lar, casa, aconchego, me lembro da minha mãe...da nossa casa na rua Campos Salles...das risadas e dos bolos horríveis que ela fazia. Vontade eu tinha de ir pra casa naquele tempo, de poder encontrá-la bem e viver normalmente. Meu coração sempre estará com ela, onde quer que ela esteja...carregando dentro de mim, por toda a vida, meu amor incondicional e a saudade eterna que fica.

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Nossa...hoje acordei com uma saudade da minha mãe que me sufoca o peito...faz faltar o ar...ai que coisa horrível. Antes qualquer saudade que eu tenha sentido sempre foi passageira, era só ligar, ou ir até o cômodo ao lado, que lá estava a minha mãe, e eu podia beijá-la e abraçá-la o quanto eu quisesse. Como eu me arrependo de não ter feito isso mais vezes, ter feito isso todas as vezes que vi ela...lógico que ela ia achar muito estranho, mas vendo como estão as coisas agora, que não posso mais matar minha saudade dela, tudo que eu queria fazer era voltar no tempo, só pra ter o gostinho de conversar com ela um pouco, poder dizer que a amo de novo, e de novo, e de novo, e pra sempre. A saudade que eu tenho dela é gigante...não ter mais nossos diálogos diários, para mim, é uma tortura...tudo o que acontecia eu gostava de comentar com ela, minha amiga de todas as horas...conversávamos de tudo! Nos divertíamos muito juntas também, porque, como se não bastasse já ser um ser maravilhoso como ela era, ainda por cima era engraçada!

Hoje acordei com uma dor terrível no peito, por isso vim aqui escrever. Ultimamente ando escrevendo pra mim, só pra desabafo, e pra ela, pois quem sabe de onde ela está, não consiga ver o que eu escrevo...ela gostava tanto desse blog..que criei inclusive porque ela ficou no meu pé...dizendo pra eu fazer um..isso há algum tempo.

Que tristeza que eu sinto de não te ter aqui mãe...a saudade é muito grande, o vazio que ficou é impreenchível. Sua ausência sempre será sentida, eternamente...mas sua presença continuará para sempre dentro do meu coração.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

15 dias sem ela.

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Hoje faz quinze dias que minha mãe morreu. A dor vai acalmando com o passar dos dias...lógico que a presença de pessoas mais que importantes ao nosso redor acaba nos dando mais força para seguir a caminhada. Sempre tive esperança, sempre achei que um dia, cedo ou tarde, minha mãe venceria a luta contra o câncer, terminaria de vez com essa guerra sem fim. Mas...no final das contas,  doença levou a melhor, levou minha mãe embora, pra bem longe de nossas vistas. A dor é grande, muito grande, mas o choro vai passando com o tempo, e a sensação de incredulidade, pelo menos em mim, cresce a cada dia...Parece que tudo não passou de um sonho ruim, e que no dia de amanhã quando acordar, ela vai estar por aqui, dando aquela risada gostosa, com sua presença iluminada...
Infelizmente, a morte é algo certeiro em nossas vidas...não temos como escapar dela, pelo menos isso me consola. Sei que ninguém ficará impune à dama de negro...todos acabaremos nos seus braços, cedo ou tarde, rico ou pobre, alegre ou triste...Mas o que mais dói em mim é o fato de que eu achei que ela era invencível, insuperável, inigualável....pra mim, minha mãe venceria a vida toda todos os problemas que cruzassem seu caminho...venceria sempre e seria sempre soberana...
Após 12 anos de luta contra o câncer, ela perdeu a guerra. No entanto, venceu inúmeras batalhas, além de ter provado a todos que estavam à sua volta o que é força, vontade de viver e garra. Viveu, desses 12 anos com a doença, uns oito meses um pouco mais debilitada. O resto do tempo, onze anos e pouco, viveu como se não tivesse nada. Sempre com alegria, fazendo as coisas que queria com total disposição e vigor físico. É inacreditável ver as esperanças e sonhos que tínhamos se esvaindo um a um, sem deixar a nós que tanto a amamos um alento, um conforto, um beijo de despedida.
No começo desse ano, quando ela teve uma infecção severa na boca devido a quimioterapia, achei que seria o fim. Ela ficou sem comer por cerca de um mês e meio, ingerindo só água basicamente no primeiro mês. No entanto ela venceu de novo. Foi internada mas saiu do hospital andando, com total disposição pra começar tudo de novo. Mas o destino não deu trégua...e logo em seguida ela teve que parar de tomar a quimioterapia, pelo fato de sua medula não estar aguentando mais os medicamentos, que estavam acabando com seu organismo antes que o câncer o fizesse.
Com a pausa no tratamento, o tumor avançou de uma forma inacreditável...em cerca de quatro meses, o que antes estava controlado evoluiu demais, ela emagreceu muito, perdeu toda a gordura do corpo, ficou pele e osso...e barriga, pois a doença do fígado avançada, como era o caso dela, câncer de mama metastático para fígado, acaba gerando um acúmulo de água na cavidade peritonial, na barriga, gerando um fenômeno chamado ascite. A pele com o tempo foi amarelando...mas eu sempre me apeguei aos olhos...minha mãe sempre me dizia que quando os olhos de alguém estavam amarelos já não tinha o que fazer. Então, mesmo que tudo estivesse indo contra as nossas expectativas, me apeguei aos olhos...enquanto os olhos estivessem claros, ainda brancos, tudo estaria bem. Até o dia em que comecei a notar pequenas veias vermelhas no interior dos olhos, como se fosse uma pequena irritação. Pensei, ''não, não pode ser, deve ser só uma irritação mesmo''. Mas os dias foram passando e vi que a irritação não melhorava...até que o aspecto vermelho foi passando e deixando um amarelado nos locais em que antes estavam vermelhos. Foi algo gradual, mas que um dia, quando olhei, já estava totalmente amarelo. Quando os olhos amarelaram, e eu vi que não era algo passageiro, tentei me apegar em algo que me fizesse acreditar que não estava tudo perdido...não sei em que me apeguei, mas ainda conseguia ter espeeranças. Tive esperanças até os últimos dias, quando uma diarréia acabou por deixar ela de cama quase que direto, no tempo em que ficou em casa. Um dia, então, a noite, ela ficou com sono, muito sono...começou a embaralhar as idéis, não conseguia mais falar normalmente, pois o sono não estava deixando ela articular os pensamentos...até que dormiu. Chamamos o SAMU, que veio rápido, e levou ela pro hospital. Ela ficou internada cinco dias até morrer. Nos cinco dias, dormiu sem parar, não acordou mais... a insuficiência hepática causou um acúmulo de toxinas no organismo, que acabaram por afetar o estado de vigília e a deixaram dormindo sem parar. Não sentiu dor e nem teve consciência de que o fim estava lá, logo ao lado. Pelo menos nisso Deus foi bom, deixou ela com esperança e com a certeza de que tudo estaria certo e de que tudo estava bem até o fim.
Aprendi com a minha mãe que não existe nada no mundo mais importante que o amor. O amor é o sentimento mais puro que existe...um amor verdadeiro salva o ser humano de qualquer pequenez, o dignifica. Aos que ainda podem demonstrar seu amor por quem ama, sem que seja em orações, que o façam todos os dias, tanto em palavras quanto em seus atos. Tive tempo de demonstrar o meu, ainda bem. Mesmo longe, fora de minhas vistas, minha mãe está aqui, em tudo o que me ensinou, nas conversas que tivemos, nas risadas que demos e nos choros que compartilhamos. Está aqui, viva enquanto eu viver, dentro do meu coração, como a minha amiga mais querida, minha melhor amiga, a melhor mulher, a melhor pessoa que poderia ter existido. Já não está mais aqui pela sua grandeza...o mundo é para os fracos e pobres de espírito. Que a jornada dela seja repleta de luz, que os caminhos que esteja trilhando agora estejam livres de qualquer doença e qualquer obstáculo, e que a passagem para o outro lado tenha revelado que a vida é apenas uma pequena parada frente à eternidade que nos espera.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

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Os dias passam...as lágrimas vão secando. Não sei como mãe, mas elas vão...Achei que iria chorar por toda a minha vida sem parar. Mas acho que daí, de onde você está, sem dúvida nenhuma está me passando toda a força que estou tendo pra enfrentar a pior situação do mundo: o dia a dia sem você! Ai mãe, sinto tanto a sua falta...falta de acordar e te ouvir gritando com o Théo, de te ouvir rezando sua noveninha, de ouvir você cantar qualquer coisa...de sentar no sofá com você e conversar sobre qualquer coisa durante um tempão...sair pra comprar alguma coisa...que saudade de viver com você.

Não que agora não viva...não é porque você não está mais nas minhas vistas que não está mais nos meus pensamentos e no meu coraçao! Ontem foi sua missa de sétimo dia já mãe...hoje de manhã fez uma semana que não está mais aqui entre nós...Acho que não estou chorando mais justamente porque já fazia tempo que eu chorava sua morte...desde quando começou a fica ruinzinha eu senti que dalí não teria volta!

Mãe, se puder me ouvir, me ver, me sentir, onde quer que você esteja...saiba que meu amor por você é infinito...e que eu estou continuando aqui por você, pela pessoa que mais amo no mundo e que tão prematuramente foi tirada do meu convívio. Você é especial, é diferente, é linda por dentro e por fora...e será sempre assim. Você é a luz da minha vida mãe. Aqui, você iluminava meus caminhos com a sua presença...espero que de onde quer que esteja, continue iluminando minha vida e me confortando de sua partida.

Que você esteja num lugar inimaginavelmente lindo, cheio de amor, paz e ternura, que esteja feliz, radiante! Que nosso reencontro seja breve...e a permanência longa, muito mais longa do que a dessa vida!

Te amo pra sempre mãezinha!!