domingo, 22 de maio de 2011

De quem é o direito?

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Boa noite pessoas! Acabo de tomar banho e resolvo entrar na internet para fuçar orkut e facebook, só pra constar, pois é a única coisa que tenho feito na rede nos últimos tempos, e me deparo com uma frase do namorado de uma amiga minha que me surpreendeu e, confesso, me deu muita raiva. A seguir a frase, transcrita do face dele:

" Não sou nem quero ser homófobo, apenas quero exercer o direito de passear com meu filho sem ver dois "homens" se beijando. Respeitemos o normal fisiológico."

Profundo não é mesmo? Pois bem, essa frase levantou em mim algumas dúvidas, não só pelo fato de ser contra esse tipo de opinião, mas porque fiquei besta de ver que ele pensa que o direito dele de passear com seus futuros filhos na rua sem ter seus olhos agredidos por uma imagem tão absurda quanto a de dois homens se beijando é maior e tem mais valor do que o direito de dois homens, cidadãos como quaisquer outros, contribuintes dos impostos exorbitantes do nosso país, dignos e vacinados, de se beijar na rua!

Nas últimas semanas, tem sido grande a discussão acerca da decisão proferida pelo STF, concedendo aos casais homossexuais a garantia da união estável. A sentença proferida causou muita polêmica, talvez porque o Brasil tenha, apesar de ser considerado o país da praia, do futebol e da mulher pelada, muito preconceito com certas opções e direitos de minorias.

Um casal homossexual, tanto de homens quanto de mulheres, tem igual direito de andar de mãos dadas nas ruas e expor seu afeto assim como fazem os casais heterossexuais. Quem determinou que o correto é o convencionado a mais tempo? Então pessoas do mesmo sexo que se amam não tem o direito de sair livremente pelas ruas como um casal normal? De que vale então a Constituição Federal que prega a liberdade e a igualdade de todos?

O homem tem o direito de exercer sua liberdade, desde que essa não extrapole os limites e interfira na liberdade do outro. Se a manifestação da sua vontade não esbarra na vontade de outros, então sua liberdade pode ser exercida de pleno direito. Um casal de mulheres passeando de mãos dadas pela rua e se beijando não interfere na liberdade que um pai tem de andar com seus filhos por aí. Uma coisa é você ser contra isso (coisa que não dá pra entender, pois se é contra simplesmente não faça), outra coisa completamente diferente é achar que pode fazer valer sua vontade como direito único, que se sobreponha ao direito de outros homens e mulheres, tão dignos e cidadãos quanto você.

Podemos ser contrários ao que quisermos. Podemos ser contrários ao piercing, ao uso indiscriminado da maconha, ao salário exorbitante dos políticos, ao consumo da carne vermelha, ao casamento ou união estável entre homossexuais. Mas nãopodemos pensar que nossas opiniões valem mais que nossos direitos. A minha opção de não comer carne vermelha não pode ter poder de lei para todas as pessoas, minha opção refere-se somente a minha pessoa, sendo assim, não posso exigir que publiquem uma lei que vede o consumo da carne de vaca para todas as pessoas! Na mesma linha segue o raciocínio da união estável entre homossexuais, se sou contra, simplesmente não me relaciono com pessoas do mesmo sexo, mas não posso fazer isso valer para toda a sociedade, pois existem pessoas que tem tanto direito de exercer sua liberdade e viver dignamente segundo suas orientações quanto qualquer outro membro dela.

Sendo assim, lembrando da triste frase proferida pelo namorado de minha amiga no começo do post, de quem é o direito? Provavelmente dos dois, do pai em passear com os filhos e do casal gay em se beijar na rua, o direito de um não é excludente do direito do outro. Para que haja existência em sociedade, é preciso que o homem se liberte das amarras do preconceito e aceite que ser diferente também é normal, que o respeito existe e tem de ser colocado em prática diariamente e que os seus valores, por mais nobres que lhe pareçam, não podem se sobrepor ao direito intrínseco a todo ser humano de se expressar livremente e viver dignamente conforme sua escolha.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pro meu amor...

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Te sinto como sentem as folhas secas quando crepitam ao calor das chamas, queimando por fora e morrendo por dentro, embalada pelo calor fugidio das brasas que terminam por se esvair nos frios ventos que rajam.

Te sinto como sentem os navios à deriva as águas gélidas e profundas que batem em seus cascos, envelhecidos pelo frio e pelo sal: arrepiante, constante e sem fim.

Te sinto como sentem os girassóis o sol quente que os colore, que lhes dá vida e luz própria e os faz girar de felicidade.

Te sinto como sente a vitória a rosa que nasceu do asfalto, o amor que renasceu das cinzas e as lágrimas que secaram nos lábios de quem ama.

Te sinto como sentem os tristes ciprestes próximos aos túmulos dos cemitérios os que já se foram viver um pouco dentro deles, como o eterno ciclo daquele que renasce e morre.

Te sinto como sente aquele a vida entrar de novo em si depois da morte, como um sopro de esperança no coração.

Te sinto por dentro de mim, como se de mim houvesse saído e de mim fosse feita.

Te sinto por fora de mim, como se tudo ao meu redor estivesse carimbado com seu nome ou tivessem seu cheiro incrustado nas vigas que lhe correm.

Te sinto sempre como o melhor de mim e sinto que sem você não posso sentir mais nada.


Mo...escrevi isso pra que você sentisse um pouco do que sinto por você e soubesse que é tudo pra mim, cada vez mais! Te amo mais que tudo e pra sempre minha linda!!!