terça-feira, 27 de setembro de 2011

Aquele fim de tarde

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Naquele final de tarde úmido à beira-mar, próximo à casa de tábuas coloridas em que morava, tão próxima da areia que não se conseguia distinguir o que era areia e o que era chão, ela olhava o céu se encher de nuvens e levar consigo o sol escaldante do verão.

O vento trouxe o barulho das risadas das crianças que se aventuravam a ir adiante no mar, até onde a água batia nos joelhos, e voltavam correndo, rindo e gritando, meio divertidos, meio assustados, quando um onda quebrava lentamente quase próxima ao chão.

Olhou as crianças como quem olha uma paisagem, sem sentimento algum, somente o doce contemplar do final de tarde de verão, como se elas não lhe pertencessem, nem fossem suas. Que solidão que deu em pensar que não eram suas. Não gostava de sentir assim, como se coisas que acreditava serem suas não o fossem de uma hora para outra.

Refez o pensamento e começou novamente a olhá-las, desta vez como mãe que era. Como era bom tê-las novamente, sempre perto. Pena que não eram de fato suas, pena que iriam, fatalmente, partir, por mais tardar que fosse. Não podia ter perto de si todos que amava, pois todos sempre iam embora, cada um com sua vida em apartado.

Pena que o vento não trouxesse, assim como trouxe até seus ouvidos o barulho das risadas, as pessoas que partiram sem deixar um último sorriso, deixando seu coração inundado por uma saudade transbordante de tristeza.

9 comentários:

Nossa, sem palavras... Você escreve realmente bem!
Continue postando mais coisas!
Estou te seguindo!
Dá um pulinho no blog,segue também!

beijos!

arenasaude.blogspot.com

Você escreve divinamente bem, sem palavras, texto perfeito. Voltarei sempre que puder.
http://lollyoliver.wordpress.com/

Minha amada, vc me encanta com seus contos. Vc é a melhor escritora do mundo!Vc toca profundamente minha alma com as suas palavras, seu jeito delicado, ao mesmo tempo extremamente intenso; forte de brincar com as palavras! Estou contando cada segundo pro final de semana chegar e logo... Não vejo a hora de estar de novo com vc!! Meu amor... Te amo mais que tudoo e estou total e completamente louca de saudades de vc em todos os sentidos!!
Universo de beijos cheios de amor na minha boa e doce!!

seu blog tem melhorado a cada dia, adoro dar uma passada pra ler.. (mesmo não comentando sempre rs)

flor,
aproveitando, tenho uma dica para aumentar as visitas em seu blog, se te interessar, acesse
http://www.1milhaodevisitas.com/?aff=13708


Loucas Arrumadas e Metamorfose Psicodélica

bjoks,
Kah

A vida possuí um ciclo inevitável... É difícil sentir, perceber, lembrar... Mas, os momentos vividos são tudo que nos resta diante da saudade!

;D

Ana,
Que texto singelo e tão lindamente triste esse com o qual você nos presenteou.
Que duro esse sentimento de perder alguém e temer pelos que estão por vir... Que duro ser mãe e não amar devidamente os filhos por um amor que se perdeu no vento, que de si é arrancado brutalmente pela saudade, pela nostalgia...

Que lindo! Do jeito que descreve da pra ver e sentir a cena...

escreve muitooo
parabéns
provasetrapacas.blogspot.com